Fontes históricas: jornais
Fontes históricas: jornais
Jornais são fontes valiosas para o Ensino de História, pois, além de serem materiais de fácil obtenção, materializam visões distintas, por exemplo, sobre um mesmo fato, personagem ou sobre um lugar.
No ensino de história, quando enfocamos a história local, as informações contidas em jornais, o registro histórico que estes fornecem, podem fomentar no estudantes a curiosidade, a percepção da historicidade do jornal como fonte e, além disso, a constatação de que o lugar onde habitam os alunos e alunas, em algum momento ou em vários, teve parte de sua história registrada em veículos da mídia impressa.
Em se tratando do ensino de História, no trabalho com jornais, há necessidade de se manter certos cuidados, como por exemplo, orientar os alunos e alunas a perceberem que tais fontes expressam visões de quem os produz ou cristalizam ideias para um público leitor, logo, não existe imparcialidade naquilo que transmitem os jornais.
Além disso, de nada adianta utilizar jornais, para o ensino de História, se este uso promover um olhar limitado unicamente ao passado, uma curiosidade pelo que pode ser julgado como pitoresco apenas.
Uma das potencialidades de contar com tais fontes no ensino é a possibilidade de ter em mãos um recurso que nos apresenta um olhar sobre o passado, quando vivemos e temos nosso próprio modo de ver e pensar o presente no qual estamos inseridos.
Tal potencialidade pode garantir o estabelecimento de relações entre tempos distintos, promovendo a lógica de construção de habilidades específicas previstas na BNCC, pois o trabalho com jornais fomenta a compreensão de si e do outro (este outro não necessariamente precisa ser contemporâneo ao sujeito), a análise do mundo social (seja no passado ou presente), a identificação de situações problemas, a comparação entre o que se vive e o vivido outrora, a capacidade de interpretação e argumentação e a construção de visões próprias sobre um objeto, fato ou fenômeno.
Cabe ao professor fomentar uma curiosidade científica em seus estudantes, ter cuidado com anacronismos e, além disso, ensinar-lhes a observar detalhes específicos no trabalho com jornais, o ano de publicação, a seção na qual se encontra uma dada matéria, que espaço é destinado a ela, como um fato, personagem ou local é retratado, cruzar informações obtidas na fonte com outras fontes de natureza diversa, etc. Assim, instigar os estudantes a assumir uma postura mais investigativa e questionadora, a fim de que possam fazer perguntas às fontes, fazendo-as “falar”.
A seguir são disponibilizados:
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- A atividade desenvolvida em sala de aula com os alunos;
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- Os trechos de jornais encontrados, durante a pesquisa, que apresentam informações sobre o bairro. Vale ressaltar que tais fontes fazem parte do acervo da Hemeroteca digital.
Atividade muito importante dos alunos após a leitura de fontes históricas através dos jornais. Assim eles podem fazer a comparação das dificuldades da época da publicação e das atuais. E além de conhecer um pouco mais da história de sua localidade. Bom trabalho prof. Roberto.
Obrigado, professora Eliane!
O site é um espaço de construção coletiva sinta-se a vontade para explorá-lo, mais ainda, compartilhá-lo e contribuir com suas sugestões e críticas!
As produções do Profhistória tem construído suportes importantes que precisam ser utilizados, aproveitados por todos os professores de História em suas aulas. Em especial, em Mosqueiro, como apontado aqui no site, há trabalhos, para além do Profhistoria também, que muito investiram na História Local, na construção de narrativas que interpretam o passado de Mosqueiro. Bem interessante é poder dialogar com os alunos sobre o que é a História, uma ciência, um conhecido válido, construído a partir da análise das fontes primárias (exemplar a pesquisa na Hemeroteca Digital), secundárias, em conversa contante com a metodologia e teoria de nossa ciência. Assim, construindo de forma adequada junto aos alunos, o conhecimento histórico escolar pode e já está se transformando em instrumento de aprendizado, orientação e transformação da realidade.
Parabéns professor Roberto, meu conterrâneo, colega de ofício, de escola, ainda me considero professor do Abelardo, e amigo de longa data. Feliz em saber que temos mais uma narrativa sobre a História de Mosqueiro feita com afinco, amor e qualidade.
Obrigado, nobre professor! Creio que nós professores-historiadores devemos fomentar em nossas escolas atitudades de “devolução” à comunidade onde atuamos. Fazer isso, construindo conhecimento histórico-escolar, ao lado de nossos alunos e alunas de forma compartilhada e colaborativa dá sentido à história local, ganrantido-lhe seu registro e lhe confere utilidade pedagógica. Feliz por fazer parte desse grupo de pesquisadores da ilha que, assim como vc, se preocupam com a nossa história.